Recentemente fui questionado se não estava apaixonado por um certo alguém. A resposta foi “não, não estou”, porém infelizmente (?) eu gosto de questionar a mim mesmo. Será que realmente minha resposta estava correta?
Para me responder, eu precisava primeiro compreender o que é paixão. Tenho 31 anos e ainda me sinto incapaz de combinar com perfeição um conjunto de minhas próprias sensações com este nome.
Sim, vários poetas já falaram sobre a paixão (um exemplo? Renato Russo na música “Longe do Meu Lado”). O dicionário também se arrisca dizendo, dentre outras coisa, que paixão é “sentimento, gosto ou amor intensos a ponto de ofuscar a razão; grande entusiasmo por alguma coisa; atividade, hábito ou vício dominador” (http://houaiss.uol.com.br/busca?palavra=paix%25C3%25A3o).
Porém, em tempos de Internet, me aventurei no Google, aí de forma mais objetiva, quase médica. Minha busca? “paixão sintomas”. Encontrei explicações biológicas atribuindo como sinais típicos desse sentimento a palpitação, o frio na barriga, o suor, o brilho nos olhos, a leveza e perda de fome e sono (http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2011/06/sintomas-classicos-da-paixao-tem-explicacao-hormonal-diz-medico.html).
Noutro site, a sistematização foi realizada de forma diferente. Foram listados sete sintomas que posso simplificar da seguinte maneira: 1) tendência a inclinar o corpo na direção do outro; 2) aumento na produção de alguns hormônios como adrenalina, cortisol e endorfina; 3) passagem abrupta da euforia do encontro à angústia da separação; 4) encantamento por tudo relacionado ao outro; 5) pensamento recorrente no outro, 6) dependência emocional; 7) desejo sexual e possessividade. (http://www.bbel.com.br/comportamento/post/os-sete-sinais-da-paixao/page1.aspx)
Após esta pesquisa a que conclusão cheguei? Bom, apenas consegui reafirmar que meus professores de psicologia estavam certos: nomear um sentimento é algo extremamente complexo.
Não satisfeito, fui para as frivolidade, assim na minha próxima pesquisa no Google digitei “teste você esta apaixonado”. Primeira conclusão: todos os testes da primeira página de resultados são para mulheres, ou seja, a maioria dos sites acha que homem não se apaixona ou não se submeteria a fazer tal teste. Quando abro os três primeiros resultados logo compreendo o problema: revistas para adolescente.
Entre uma aba do navegador e outra percebi que da minha primeira busca escapou uma página provavelmente relevante: “Paixão masculina e seus sintomas” (http://www.luizmotivador.com/materia/comportamento/2942/Paixão+masculina+e+seus+sintomas!). Nela encontro uma lista de 10 sintomas, então resolvi fazer meu próprio teste para ver no que dava, o resultado segue abaixo.
- Pensamento constante. OK, confere.
- Existência de cheiro ou música que lembre dela. Não, não há, mas também não sou um cara de muitas músicas nem ela de muito perfume.
- Para você, a presença dela se destacada no ambiente. OK, confere.
- Nervosismo quando chega perto. Não, não há.
- Negar o sentimento. OK, afinal foi isto que gerou toda esta reflexão.
- Maravilhosa sensação quando há grande intimidade (não necessariamente física) entre ambos. OK, confere.
- Tudo nela é perfeito. Hum... mais ou menos, talvez uns 90%.
- Ciúmes dela com outro. Não tenho como responder, pois nunca presenciei.
- Com outra garota não é mesma coisa. Isto é obviamente verdade, pois as pessoas são diferentes.
- Vida futura planejada apenas com ela. OK, já imaginei uma vida com ela sim, mas há outras possibilidades.
Resultado: terminei esta pesquisa confuso, mas com a sensação de que meu “não, não estou” talvez tenha sido prematuro. Sinto algo, sim, mas como nomeá-lo? Pode ser apenas carinho e amizade...
Termino esta postagem complementando a pergunta do título: como nomear um sentimento? é realmente necessário nomeá-lo? não basta senti-lo?
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