sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Como nomear um sentimento?


Recentemente fui questionado se não estava apaixonado por um certo alguém. A resposta foi “não, não estou”, porém infelizmente (?) eu gosto de questionar a mim mesmo. Será que realmente minha resposta estava correta?

Para me responder, eu precisava primeiro compreender o que é paixão. Tenho 31 anos e ainda me sinto incapaz de combinar com perfeição um conjunto de minhas próprias sensações com este nome.

Sim, vários poetas já falaram sobre a paixão (um exemplo? Renato Russo na música “Longe do Meu Lado”). O dicionário também se arrisca dizendo, dentre outras coisa, que paixão é “sentimento, gosto ou amor intensos a ponto de ofuscar a razão; grande entusiasmo por alguma coisa; atividade, hábito ou vício dominador” (http://houaiss.uol.com.br/busca?palavra=paix%25C3%25A3o).

Porém, em tempos de Internet, me aventurei no Google, aí de forma mais objetiva, quase médica. Minha busca? “paixão sintomas”. Encontrei explicações biológicas atribuindo como sinais típicos desse sentimento a palpitação, o frio na barriga, o suor, o brilho nos olhos, a leveza e perda de fome e sono (http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2011/06/sintomas-classicos-da-paixao-tem-explicacao-hormonal-diz-medico.html).

Noutro site, a sistematização foi realizada de forma diferente. Foram listados sete sintomas que posso simplificar da seguinte maneira: 1) tendência a inclinar o corpo na direção do outro; 2) aumento na produção de alguns hormônios como adrenalina, cortisol e endorfina; 3) passagem abrupta da euforia do encontro à angústia da separação; 4) encantamento por tudo relacionado ao outro; 5) pensamento recorrente no outro, 6) dependência emocional; 7) desejo sexual e possessividade. (http://www.bbel.com.br/comportamento/post/os-sete-sinais-da-paixao/page1.aspx)

Após esta pesquisa a que conclusão cheguei? Bom, apenas consegui reafirmar que meus professores de psicologia estavam certos: nomear um sentimento é algo extremamente complexo.

Não satisfeito, fui para as frivolidade, assim na minha próxima pesquisa no Google digitei “teste você esta apaixonado”. Primeira conclusão: todos os testes da primeira página de resultados são para mulheres, ou seja, a maioria dos sites acha que homem não se apaixona ou não se submeteria a fazer tal teste. Quando abro os três primeiros resultados logo compreendo o problema: revistas para adolescente.

Entre uma aba do navegador e outra percebi que da minha primeira busca escapou uma página provavelmente relevante: “Paixão masculina e seus sintomas” (http://www.luizmotivador.com/materia/comportamento/2942/Paixão+masculina+e+seus+sintomas!). Nela encontro uma lista de 10 sintomas, então resolvi fazer meu próprio teste para ver no que dava, o resultado segue abaixo.

  1. Pensamento constante. OK, confere.
  2. Existência de cheiro ou música que lembre dela. Não, não há, mas também não sou um cara de muitas músicas nem ela de muito perfume.
  3. Para você, a presença dela se destacada no ambiente. OK, confere.
  4. Nervosismo quando chega perto. Não, não há.
  5. Negar o sentimento. OK, afinal foi isto que gerou toda esta reflexão.
  6. Maravilhosa sensação quando há grande intimidade (não necessariamente física) entre ambos. OK, confere.
  7. Tudo nela é perfeito. Hum... mais ou menos, talvez uns 90%.
  8. Ciúmes dela com outro. Não tenho como responder, pois nunca presenciei.
  9. Com outra garota não é mesma coisa. Isto é obviamente verdade, pois as pessoas são diferentes.
  10. Vida futura planejada apenas com ela. OK, já imaginei uma vida com ela sim, mas há outras possibilidades.

Resultado: terminei esta pesquisa confuso, mas com a sensação de que meu “não, não estou” talvez tenha sido prematuro. Sinto algo, sim, mas como nomeá-lo? Pode ser apenas carinho e amizade...

Termino esta postagem complementando a pergunta do título: como nomear um sentimento? é realmente necessário nomeá-lo? não basta senti-lo?

Nenhum comentário:

Postar um comentário