sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Imitando, imitando...

Tão interessante quanto nosso potencial de criação é nosso saudosismo. Criamos algo novo, mas queremos um pouquinho do velho lá.

No mundo da informática e da "batalha" Linux/GNU Vs. Windows isto é bem interessante. Existem diversas ferramentas que tentam imitar um no outro. Acho que isto vem do desejo de querermos juntar o melhor de dois mundos.

Eu, por exemplo, prefiro muito mais a estrutura de diretórios do Windows. Não gosto de ter minha raiz “cheia” (sim, para mim /usr, /etc, /bin, /sbin, /opt, etc. é muita coisa). Por outro lado, a idéia de terminal vinda do Unix é excelente. Gostaria de no Windows poder alternar entre o modo gráfico e um terminal.

Acho o menu iniciar do Windows 7 imbatível. A imitação dele que mais me agrada é a do KDE do OpenSuse, mesmo assim, convenhamos que o original geralmente supera. O padrão Gnome... sinceramente... duas barras! Devolva-me meu espaço! Removo a de baixo e movo a de cima para lá.

Apesar da fé propagada pelos aficionados, o Linux trava. Sim. Isto é inquestionável, caso contrário a expressão linoxiniana “Kernel Panic” seria desconhecida. O servidor X é bacana, mas também trava, porém diferente do Windows eu posso encerrar a parte gráfica e reiniciá-la sem precisar reiniciar o sistema operacional.

Antigamente era comum vermos algumas pessoas usando o fvwm95 que imitava o Windows 95. O Cygwin possibilita rodar vários programas existentes Linux/GNU no Windows. O Wine faz o inverso, permite rodar programas do Windows no Linux.

Chovem projetos a cada dia com a mesma intenção. É possível rodar o KDE no Windows e também o Gnome.

Algumas das tentativas já morreram, outras sofreram mutações ou fusões, mas continuam, veja-se os exemplos do Lindows e do Vixta.

Os mais radicais são os experimentais e que tentam partir do “zero” para criar alternativas. Veja o caso da ReactOS que se define como um sistema operacional gratuito, moderno e baseado no design do Windows XP/2003. Ele não é um “Linux” e não compartilha sua arquitetura. Talvez uma alternativa gratuita para o Windows...

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Prato cheio para o movimento negro

Não gosto de alguns exageros do movimento negro. Às vezes pega-se um ato e transformam-se as dimensões dele de uma forma assustadora. Em oposição ao pensamento majoritário, acredito inclusive que o problema não é ser negro ou ser branco, mas sim ser diferente. Nossa cultura ocidental costuma massacrar o diferente.

Costumamos arrumar apelidos que destacam a característica estranha. Os brancos “demais” são chamados de Parmalat e transparente, os pretos “demais” de betume, os narigudos “demais” de tucanos, etc. A ética é a do comum, ou do que pelo menos não é muito diferente.

Bom, a HP tem um problema em mãos. O seu software em certas condições de luz não consegue detectar faces dos negros, enquanto detecta sem dificuldades faces dos brancos. Isto talvez indique falta de testes adequados, mas daqui para racismo fica um pouco forçado.

Se for assim nossos olhos também são racistas. O que é mais fácil, achar um branco ou um preto em um ambiente com pouca luminosidade?

Se a HP, criadora do software, for racista, Deus, supostamente designer dos nossos olhos, também é.

Reportagem que motivou este post: http://news.bbc.co.uk/go/rss/-/2/hi/technology/8429634.stm.

Reflexão para o Ano Novo

“Só os seres que se tornaram éticos podem romper com a ética.” – PAULO, Freire. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996, p. 52

Somos uma vergonha total a nós mesmos. Dizem que somos capazes de transformar o mundo. Sim. Verdade. Conseguimos transformar um rio em um esgoto, um terreno em um lixão, uma floresta em um deserto, um menino em um bandido e algumas plantas em drogas viciantes. Conseguimos inventar muita coisa também. Guilhotina, bomba atômica, pena de morte, câmeras de tortura, cadeira elétrica e armas químicas.

Até nossa língua acompanha nossa evolução, quantas palavras fomos criando para representar nosso mundo: guerra, corrupção, pobreza, miséria, mendigo, assassino, presidiário, ladrão, etc.

Talvez deva me corrigir, somos o máximo e não uma vergonha. Merecemos continuar extinguindo todos os seres deste planeta até que só restemos nós. Daí podemos passar a canibais não somente no sentido figurado.

Prova didática

Em minha humilde opinião, o modelo atual de prova didática é uma vergonha completa. Ela permite um grau de subjetividade e dá um poder exagerado na mão de três pessoas. Já me submeti a este processo obtendo sucesso e insucesso; já vi colegas e amigos se preparando para ele e, repito, é uma vergonha.

A prova didática geralmente consiste na preparação e apresentação de uma aula para uma banca de três professores que têm a responsabilidade de avaliar a performance do candidato com base em um barema. O objetivo principal deveria ser de verificar a didática.

Bom, é isto formalmente, porém na minha leitura a prova didática baseia-se em uma aula tradicional, não-participativa, expositiva e conteudista para um público que você provavelmente nunca terá em condições irreais onde você será avaliado por critérios extremamente subjetivos e onde não cabe recurso.

Não há como você interpor recurso, mesmo em um concurso público, ao resultado de uma prova didática. Por quê? Pelo simples motivo de que não há argumentos objetivos que se sustentem a uma avaliação subjetiva. Não há como existir uma “recorreção”/”reteste”. A resposta da banca pode ser simplesmente “o resultado é este porque eu quero”. Claro que formalmente isto é escrito mais bonitinho, por exemplo, neste edital foi escrito assim no item 5.3.7: “Não caberá interposição de recurso ao resultado da Prova de Desempenho Didático, devido a suas características”.

Uma determinada professora que participou da banca de uma instituição federal disse claramente em sala e frente a cerca de 40 testemunhas que na prova didática os professores fazem o que querem. Escolhem de quem eles desejam ser colegas. Daí para ter uma carta marcada é bem fácil. O indicado praticamente está dentro.

Existem, claro, as bancas mais séria, porém as condições ainda são irreais. Por que não colocar os candidatos a professores dentro de uma sala de aula real com alunos reais? Poderia contar como atividade extra para os alunos e acho que eles iriam gostar de escolher seus próprios professores. Poderia-se criar um instrumento sério para avaliação, um questionário que todos os alunos deveriam responder. Remove-se a banca.

Sim, pois a banca é um problema em si. Ela acredita que está em condições de avaliar a didática de alguém com base em quê? Alguns dos professores que lá estão são aqueles horríveis que encontramos por aí (aqueles que vão para aula e ficam o tempo todo sentados, com uma voz monótona, lendo um papel já amarelado e ignorando a voz – quando não a existência – do aluno).

Certo e Errado

Estes dias eu estava na fila do cartório para autenticar e reconhecer a firma de um par de documentos enquanto lia Paulo Freire para passar o tempo. Por incrível que pareça ele não foi um autor que eu gostei da primeira vez. Sua insistência em expressões como “pensar certo” me incomodava um pouco. O que estaria escondido por trás desta expressão?

Quando se fala em pensar certo, automaticamente cria-se o pensar errado. Acho que muita coisa já aconteceu por causa desta separação que costumamos fazer. Certo e errado é bastante relativo. Tão relativo quanto quando duas pessoas de frente uma para outra e observando um objeto disposto entre elas e tentando referenciar as partes deste por direita e esquerda. Qual esquerda? Qual direita? “A minha direita ou a sua direita?”

Quanto ao certo e errado sempre cabe uma pergunta similar: “o meu certo ou o seu certo?”. Existiria um certo absoluto?

Além disto, somos seres muito sugestionáveis. Muitas vezes a forma como expomos uma idéia muda completamente nossa opinião, ou seja, o uso da língua pode mudar nosso conceito e julgamento, inclusive de certo e errado. Vejamos alguns exemplos abaixo, sugiro que pare após ler cada frase e reflita sobre sua resposta antes de seguir para a próxima.

É certo a maioria impor sua vontade à minoria? / É certo a democracia?

É certo causar o sofrimento em alguém para puni-lo? / É certo prender os criminosos?

É certo, em situações de necessidades fisiológicas ou psíquicas, utilizar algo de alguém sem sua permissão? / É certo a pirataria? / É certo o estupro? / É certo a pedofilia?

É certo obrigar alguém a cuidar de outro sem que este seja seu desejo? / É certo proibir o aborto?

É certo que você possa ler esta frase no seu computador? / É certo o capitalismo?

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Luta contra pirataria: Peer-to-Peer é o culpado?

Será que de fato a culpa da pirataria é da tecnologia Peer-to-Peer? Será que a culpa dos assaltos é das armas? Bom, talvez culpar uma tecnologia ou utensílios não seja a direção.

O peer-to-peer pode ser utilizado para cometer atos legais. Por exemplo, muitos sistemas operacionais gratuitos são disponibilizados também desta forma (ex.: OpenSuse e OpenSolaris).

Você também pode utilizar uma arma para ações positivas como para defender sua propriedade ou se defender de um assalto. Os policiais, por exemplo, usam armas para (em tese) um fim benéfico.

Será que adianta ficar procurando culpados?
Será que o problema não é o mau uso?

Acho que deveríamos pensar em educação, consciência e ética ao invés de culpar coisas pelos atos humanos.

Reportagem que motivou este post: http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI4156148-EI4802,00.html

domingo, 13 de dezembro de 2009

A Internet é necessária?

Será que de fato precisamos da Internet ou ela é um luxo? Viveríamos sem ela? Qual é realmente o papel da Internet nas nossas vidas?

No meu caso, acho que ela dá suporte a várias atividades que realizo, desde pesquisas acadêmicas e profissionais até receitas de pipoca doce (por acaso, alguém sabe fazer uma pipoca doce como a do Cinemark?). Para mim, a Internet é um meio que utilizo para me relacionar melhor com o mundo.

Mas saibam que a pergunta-título deste post não é descabida de sentido. Segundo o Perfil dos Domicílios Brasileiros (Pnad) 2008, aproximadamente 34 milhões de brasileiros não acham a Internet necessária.

Mais informações: http://tecnologia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2009/12/11/quase-105-milhoes-de-brasileiros-ainda-nao-usam-internet.jhtm.

Nova moda: imagem esticada

O problema tem a seguinte configuração: Fulano compra uma televisão LCD/Plasma/LED com tela widescreen pluga na tomada, conecta a antena ou a sua cabo/satélite e pronto: vem a imagem esticada. Sr. Fulado, muitas vezes sem saber, começa a ver uma imagem completamente distorcida. A justificativa é simples e já vem como padrão na maioria dos aparelhos de televisão LCD/Plasma/LED: pega-se uma imagem 4x3 e estica-se para 16x9. Todos ficam bem mais gordinhos, a bola de redonda passa para oval, mas... o sr. Fulano usa 100% da sua tela. E não adianta, a Globo, o SBT, a RedeTV! e mesmo quem tem Sky, se não for canal HD sua imagem está esticada.

A forma para corrigir esta distorção é bastante simples e se resume a configurar sua televisão "corretamente". Geralmente tem um botão chamado Ratio ou Aspecto que faz esta tarefa. Basta configurar para exibir a imagem em 4x3. Aparecerão duas "tarjas" pretas, uma na esquerda e outra na direita. É isto. Agora você estará com a imagem real, como foi transmitida.

Antes o que acontecia era que sua televisão tentava lhe satisfazer e esticava a imagem para você. Ela fazia o que fazemos algumas vezes quando adaptamos o mundo ao nosso olhar e esquecemos que muitas vezes ele distorce ao invés de refletir a realidade (mas... o que é mesmo realidade?).

Aproveitando a oportunidade, se você está todo feliz por ter comprado a última geração em TV LCD/Plama/LED mês passado... prepare-se para os aparelhos com tecnologia 3D.

Mais detalhes sobre os aparelhos com tecnologia 3D: http://pcmag.uol.com.br/conteudo.php?id=2824.

Reportagem que motivou este post: http://news.bbc.co.uk/2/hi/technology/8407690.stm.

Primeiro post: explicando as coisas.

Este é meu primeiro post neste blog e acho pertinente explicar o motivo de eu ter resolvido criá-lo.

Talvez o principal tenha sido sistematizar minhas andadas pela Web, colocando um pouco do que eu pesquisava na minha caminhada virtual e também um pouco da minha experiência no dia-a-dia.

Qual o tempo de vida que ele terá? Não sei. Quem vai lê-lo? Também não sei. O que sei é que pretendo alimentá-lo com material pelo menos por um tempo.

Para saber mais sobre mim, consulte a minha página: http://www.adonaimedrado.pro.br. Lá você terá acesso ao meu currículo e a algumas das minhas produções acadêmicas.